quinta-feira, 30 de julho de 2009

relato 1

Os fantasmas de todas as revoluções estranguladas ou traídas, ao longo da torturada histórica latino-americana, emergem as novas experiências, assim como os tempos presentes pressentidos e engendrados pelas contradições do passado. A história é um profeta com o olhar voltado pra trás: pelo o que foi e contra o que foi, anuncia o que será.
Por isso, neste livro, quer oferecer uma história da pilhagem e ao mesmo tempo contar como funcionam os mecanismos atuais de espoliação, aparecem os conquistadores das caravelas e, próximo, os tecnocratas no jatos, Hernán Cortés e os fuzileiros navais, os corregedores do reino e as missões do Fundo Monetário Internacional; os dividendo dos traficantes de escravos e os lucros da General Motors. Também os heróis derrotados e as revoluções de nossos dias, as infâmias e as esperanças mortas e ressuscitadas: sacrifícios fecundos. Quando Alexander Von Humboldt investigou os costumes dos antigos habitantes indígenas do Planalto de Bogotá, soube que os índios chamavam de quihica,
as vítimas das cerimônias rituais. Quihica significava porta: a morte de cada eleito abria um novo ciclo de 185 luas.” (GALEANO, E. “As veias abertas da América Latina”. 1976).

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